Castro Laboreiro é uma aldeia minhota raiana, do concelho de Melgaço, distrito de Viana do Castelo e situada no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Castro Laboreiro possui um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes (datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).
Esta aldeia possui um património histórico e arquitetónico de grande riqueza, destacando-se um tipo próprio de construções castrejas existentes em Castro Laboreiro: o Castelo de Castro Laboreiro – classificado como monumento nacional; a Igreja Matriz de Castro Laboreiro; o Pelourinho de Castro Laboreiro, datado do século XVI, classificado como imóvel de interesse público; igrejas medievais; os fornos comunitários; os espigueiros; e os moinhos.
Castelo de Castro Laboreiro
O Castelo de Castro Laboreiro, encontra-se em posição dominante no alto do Monte de Castro Laboreiro, em terreno de difícil acesso entre as bacias do rio Minho e do rio Lima.
Para aqui chegar, o caminho não é fácil, tendo que se subir uma boa parte a pé, até alcançar cerca de 1033 metros de altitude. Quando aqui se chega, porém, esquece todo o caminho que ficou para trás, tal a beleza e imponência da paisagem.
Da antiga fortificação medieval, quase em ruínas, é possível descortinar restos das muralhas, a torre de menagem e uma velha cisterna. A porta principal, designada Porta do Sol, é visível do lado nascente, enquanto a Porta da Traição ou do Sapo, no lado norte, dá acesso ao terreiro interior.
A história deste local começou na Idade do Ferro, sendo mais tarde aqui construída a fortaleza, pela mão de Dom Afonso Henriques. Depois de ser destruído por um violento temporal, Dom Diniz reconstruiu-o – tudo isto prova a sua importância estratégica e histórica, que apenas vem reforçar o misticismo que o local transmite.
Igreja de Santa Maria da Visitação (Igreja Matriz)
A aldeia de Castro Laboreiro brinda o turista com vários sítios de interesse, entre eles a Igreja Paroquial de Castro Laboreiro, também conhecida como Igreja de Santa Maria da Visitação.
Aqui é possível antever vestígios da sua construção primitiva, com elementos pré-românicos e góticos, mas também alguns elementos que denunciam as profundas reformas que sofreu e que denotam influências galegas.
Passeie pela zona exterior, com um agradável adro, admirando a fachada. Junto ao pináculo sul, atente no original relógio de sol do tipo meridional.
Entrando para visitar o interior, salta à vista a decoração da pia batismal, de estilo românico e o retábulo-mor neoclássico.
Núcleo Museológico de Castro Laboreiro
O Núcleo Museológico de Castro Laboreiro situa-se na sede da antiga Fábrica de Chocolates de Caravelos. Este núcleo museológico que preserva e promove a rica história e etnografia de Castro Laboreiro. Aqui o turista fica a conhecer a cultura Castreja da região, a paisagem e as vivências locais, tudo coadjuvado com um vasto espólio de documentos fotográficos e documentários sobre a freguesia.
Cão Castro Laboreiro
O Cão de Castro Laboreiro é uma antiga raça de cão autóctone de Portugal, utilizada para a guarda de rebanhos. Os machos possuem entre 58–64 cm de altura(na cernelha) e pesam entre 30 e 40 kg.
Originário da freguesia de Castro Laboreiro, Melgaço, é um cão lupóide de tipo amastinado, sendo mais ligeiro que as restantes raças de cães de gado. É uma das raças mais antigas da Península Ibérica.
Ponte Cava Velha
Pela quantidade de pontos de interesse que encerra, Castro Laboreiro merece que lhe dispense algum do seu tempo… A Ponte da Cava da Velha, também conhecida como Ponte Nova, é um desses locais.
Esta ponte romana ergue-se sobre o rio Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. Foi originalmente construída por volta do século I e mais tarde, na época medieval, foi adaptada, sendo transformada numa ponte com tabuleiro em cavalete e dois arcos. Desta construção medieval podemos ainda vislumbrar o pavimento composto por grandes lajes e guardas de cantaria que ligam, dos dois lados, a uma calçada romana.
Não deixe de conhecer esta interessante construção, classificada como Monumento Nacional desde 1986.
Necrópole Megalítica do planalto de Castro Laboreiro
O território do Parque Nacional da Peneda-Gerês foi objeto de ocupação humana desde a pré história recente. Testemunho disso são os vestígios megalíticos espalhados um pouco por todo o território desta área protegida, dos quais é exemplo carismático a Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro.
Esta necrópole, uma das maiores da Península Ibérica, implanta-se numa importante unidade geomorfológica, onde o património cultural convive harmoniosamente com o património natural, o Planalto de Castro Laboreiro. Os monumentos que constituem este território ritual, monumentos funerários megalíticos, espalham-se por uma área de cerca de 50km2, sendo visíveis cerca de 90 monumentos – 36 dos quais já em território galego. É o conjunto megalítico mais setentrional do nosso país e o que se encontra a cotas mais elevadas.
Brandas e Inverneiras
As brandas e as inverneiras fazem parte não só da história como da cultura de Castro Laboreiro, tratando-se de zonas habitacionais de cariz temporário – processo de transumância. O conceito de transumância consiste na deslocação de gados de um território para outro, quando as condições climatéricas dificultam a sua sobrevivência.
Em Castro Laboreiro esta deslocação era acompanhada pela deslocação de populações inteiras, que tinham casas para habitar na época quente no alto das montanhas- as brandas- e casas para habitar na época fria em zonas mais baixas – inverneiras- abrigando-se aí do rigoroso Inverno. É precisamente a particularidade das populações acompanharem a emigração dos gados que faz da transumância praticada em Castro Laboreiro um caso único ao nível nacional.
O Verão e a maioria do ano era passado na branda, quando o tempo ameaçava arrefecer, aproximava-se a mudança para a inverneira. Era na inverneira que se passava o Inverno, assim que a Primavera começava a aproximar-se era tempo de retornar à branda para a prática dos cultivos e a pastorícia. Desta forma o Natal era sempre passado na inverneira e a Páscoa sempre passada na branda.
Presentemente, devido à desertificação do território, melhoria das condições de habitabilidade e das alterações climatéricas, entre outras, são poucas as famílias que prevalecem com este costume.
Aqueduto de Pontes
O aqueduto da aldeia de Pontes, inverneira situada na margem direita do rio Laboreiro – foi construído na década de 40 do Século XX, a mando do Padre Manuel Joaquim Rodrigues, pároco do lugar. Destinava-se à rega dos campos da aldeia e tinha cerca de 60 metros de comprimento. Associada ao mesmo, existia uma represa, situada a noroeste.
Todo o aqueduto é em granito, sendo constituído por pilares em que assentam em 23 lajes. Foi utilizado até aos anos 90 do século passado.
Junto ao aqueduto, do lado sul, encontra-se um cruzeiro que assenta numas alminhas, que por sua vez estão assentes num pedestal quadrangular. Do lado norte, estão outras alminhas, um simples nicho rasgado num bloco granítico, encimado por uma cruz em alto-relevo.
Aldeia de Pontes
Manuel Rodrigues: reconstrução da a aldeia de Pontes | Altominho TV
Mais informações sobre o projeto https://www.facebook.com/aldeiadepontes/